quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mr. President

Aaaaaaaa entendi como se faz uma boa campanha política!
Primeiro convoca a imprensa pra te filmar.
Depois vai andar de metrô para falar sobre a importância de um transporte público de qualidade.
Aí você beija alguns moleques na rua e faz um discurso de duas frases sobre o direito da criança e do adolescente.
Também tem que visitar uma escola bem pobrinha e falar sobre uma grande e necessária reforma na educação.
Não dá pra esquecer de ir conversar com pacientes em algum PS bem lotado e bradar pela melhoria da saúde pública.
E claro, ir no Jornal Nacional, sorrir e falar como seu papa e sua mamã ficariam orgulhosos de te ver na TV.

Fofo!

terça-feira, 10 de agosto de 2010

I promise

quinta-feira, 22 de julho de 2010

As fotos não foram todas postadas. As contas não se pagaram sozinhas. O clima em Brasília continua seco - o que facilita lavar a quantidade roupas sujas que ainda estão nas malas. Já planejo minha saída estratégica pela direita - o que, em um primeiro momento, significava cruzar mais uma vez oceano. Tudo pra fugir daqui e da saudade que nem sei mais por quem bate, se ela existe ou o que significa.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Mau humor pós-copa

Voltei para o Brasil. Mais uma vez via Paris. E nem adianta ficar com invejinha. Aeroporto é um não-lugar. Um shopping sem muitas lojas e péssimas lanchonetes, em qualquer lugar do mundo. Depois de nem sei mais quantos dias e noites de trabalho estou neste momento nauseada. Depois da gripe, do medo, do stress, das insanidades alheias e próprias, mal entendidos, jantares, presidentes e ministros, uma penca de gente importante - não existe lugar com mais gente importate como no Brasil - administrar egos ou ser rude com quem merecia, acho que o saldo foi positivo.

Não fui para a África para ver a Copa. Não gosto de futebol. Não entendo nada disso e acho o Blatter um babaca. Pelo menos ele foi muito vaiado na final do mundial. Não sei se falaram isso na TV, mas eu estava lá, fui testemunha.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Vivavuvuzela

O voo de Paris para Joanesburgo parecia um pub. Quase ninguém dormui, incluindo eu mesma. Escoceses, mexicanos, americanos, ingleses, venezuelanos, uma penca de machos, em sua maioria, com uma só meta: Copa do Mundo. Os comissários rebolaram pedindo o tempo todo para que todos se sentassem quando o avião dava seus solavancos. Cerveja, vinho, gente vendendo ingresso e passageiros passando pelo avião com cartazes do tipo Compro ingresso pro jogo Africa do Sul x México. Comecei ali a entrar no clima da Copa. A ficha caiu.

Cheguei às 7h da manhã e as vuvuzelas com seu barulho de mosca varejeira já gritavam dentro do aeroporto lotado. Alguma confusão para conseguir um transporte, que rachei com outras duas pessoas. A cidade e os carros enfeitados, muitos sorrisos e, claro, vuvuzelas. Não precisa ter jogo, basta ter uma em mãos e pronto. Fora os fogos.

Cheguei bêbada de cansaço mas tinha que trabalhar e não podia dormir. Precisava tentar entrar no fuso, 5 horas a mais. Tomei café o dia todo. Tanto que agora são 22h30 e não consigo pregar o olho...

A primeira impressão foi ótima. Simpatia pra todo lado e sim, eles dançam no meio da rua, no supermercado, no restaurante onde trabalham. Sorrisos e mais sorrisos. Choquei!!! Não deve ser assim sempre, mas agora está assim.

Mas trabalho é trabalho. Sem conseguir raciocinar direito, alguns emails, reunião e sorrisos pra quem não merecia. Assisti à abertura da Copa pela TV em um restaurante grego (!). Não foi escolha minha, claro. Lá conferi: os brancos comem e os negros servem. Me deu mal estar. E todos os garçons com um olho na bandeja outro na TV.

Também fui a um supermercado comprar um celular - longa história - e lá um grupo de mulheres começaram a cantar e dançar para um grupo de mexicanos como quem rogasse uma praga, claro que com muito humor, mais sorrisos e mais dança. E pessoas vuvuzelando. O barulho é tanto que ou eu já fiquei surda ou já acostumei, por que não pára e me dou conta disso só às vezes.

Tô feliz! Mas preciso dormir! Reunião às 9h30!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

E começou a jornada. Saí de Brasília às 11h50 da manhã. Muitos telefonemas e mensagens de amigos desejando sorte e mais pedidos de encomendas, cada vez mais difíceis - tipo autógrafo pra filha do Kaká, do Pelé pro filho... Tomei um chá de cadeira em Garulhos, o embarque para Paris estava marcado para 19h10.

Na janelinha, como gosto, sentei ao lado de uma moça de Governador Valadares que me contou sua saga por 5 cidades mexicanas para chegar nos EUA, onde trabalhou de faxineira por 3 anos. Agora estava indo para Dublin visitar a irmã... Era boazinha até. Mas eu estava concentrada em dormir e o fiz.

Acordei para jantar fricassê de frango, arroz com milho, pudim doce de doer e uma garrafinha de vinho tinto que valeu por 3. Assisti a um filme estranho sobre um cara que inventou a mentira... Eu até gostei mas meu nível etílico não garantia minha capacidade de dissernimento. Percebi que não ia voltar a dormir. Um dramin e voilà! Acordei para o café da manhã, faltando apenas 1h30 para o pouso.

Depois de me perder dentro do aeroporto, pedir informações com um mix sinistro de inglês e francês, consegui sair e peguei um táxi para o hotel onde me encontro agora. Dia chuvoso e frio. Com a graça de Maria Padilha, o taxista falava inglês e era engraçado. Tirando meia dúzia, sempre tive sorte no quesito "quero ser bem tratada pelos taxistas". E São Paulo e Paris estão na minha lista negra.

Concentração para mais 12 horas de viagem até Joanesburgo. Chego lá às 6h da matina e ontem me deram a boa notícia de que vou ter que me virar para chegar até o hotel. Cancelaram o transporte que até então estava garantido... e com todos os milhões de boatos que ouvi sobre a África do Sul, estou realmente com medo. Ai!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Concentração - Parte I

Preparação para pegar um frio de 4ºC. Segunda pele - tipo uma blusinha feita de um tecido bem fininho e nada sexy. Aquele casaco que só usei em Londres e está guardado em algum lugar, e que segura só a onda de Outono. Nada que três casaquinhos por baixo, mais uma blusinha e a tal segunda pele não resolvam. Conseguindo andar com tudo isso, tô no lucro!

Passar na Anvisa - só serve do aeroporto - para pegar o cartão interncaional de vacina. Febre amarela e H1N1 em dia.

Dieta pra Copa: tem que ter uma meta sempre que começar uma dieta. Penso nela todo dia, mas não faço nada. E só penso na possibilidade de comer antílope.

Além de pensar na mala, resolver o que levar na mala de mão, já que dizem que 80% das bagagens são roubadas/extraviadas nos aeroportos da África do Sul - calcinhas garantidas!

Meu celular vai virar central de atendimento aos jornalistas. Com a conta devo ganhar bônus para comprar 20 iPhones. Ficaram de me arrumar um número lá, mas o material para imprensa já foi despachado pro outro continente... com o MEU telefone!

Encomendas: bola da Copa, camisa da Copa, qualquer coisa da Copa, objetos de decoração africanos, fora os uísques. Ah, claro, as minhas comprinhas. Muito provável que casacos entrem na lista e depois residirão em algum buraco negro do meu armário.

Salve os concurseiros!

Foi publicado no Diário Oficial uma autorização para a realização de concurso público no órgão onde trabalho. Não tem edital, não tem nada. Mas pronto! Bastou para começar a chover emails e telefonemas com as perguntas mais esdrúxulas possíveis... como se assessoria de imprensa fosse centro de atendimento ao servidor público potencial.

- Você pode anotar meu e-mail pra me encaminhar o edital quando for publicado?
- Ah... ainda não saiu o edital... Mas quais os dias da provas?
- Ah... ainda não saiu o edital... Mas vocês não estão contratando?
- Como assim ainda não saiu o edital? Vocês têm que correr com isso!Li um comunicado que dizia que seria necessário mais servidores, principalmente por causa da Copa do Mundo! A Copa já está aí!
Resposta da Flavia: A Copa de 2014, senhora...
- Tem vaga para turismólogo? Tem que ter turismólogo. Vamos mobilizar os profissionais para lutar por isso...

Afff...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sweet

Me disseram que hoje é o último dia do meu inferno astral. Nunca soube ao certo o que isso significa, mas como meu astral anda no quinto dos infernos, espero que seja verdade. Tô cansada... e dói.

Mas a Polyana Punk aqui sabe que tudo, dando certo ou errado, são consequências do que tentei. E matematicamente falando quanto mais nos arriscamos, mais chances de cometer erros. E quanta burrada eu fiz dessa vez! Tá certo que às vezes me arrisco demais, mas ter coragem é uma coisa legal não é mesmo? É, acho que é isso. Quase todos que me conhecem me acham forte, segura. Sempre achei isso meio bizarro, eu sou uma manteiga passional. Mas corajosa eu sou, abusadamente.

domingo, 16 de maio de 2010

É engraçado como as coisas acontecem. Não faz muito tempo falei em voz alta: Sempre quis conhecer a África, vamos? E agora a ficha está caindo. Dia 9 de junho embarco para a África do Sul trabalhar durante uma das maiores festas do esporte mundial. Dois dias de viagem: Brasília - São Paulo - Paris - Johanesburgo e três dias pra voltar no caminho inverso.

Mas muita calma meus amigos, não se preocupem, a nega aqui não vai cobrir os jogos. Não entendo patavina de futebol. Para ódio e desgosto dos meus amigos machos sedentos por bola! Mas a correria será enorme. A idéia básica é promover o Brasil e a Copa de 2014. Os detalhes não vêm ao caso, no momento.

É óbvio que vou curtir, e muito. E é claro que vou tentar postar minhas impressões não só sobre a Copa, mas sobre o país que sempre me causou curiosidade, assim como todo o continente.

Ah! Não vou esquecer os pedidos de cartões postais...

domingo, 9 de maio de 2010

Rio, Copacabana, vista pro mar. Quarto do hotel com tijolinhos aparentes com uma boa mão de verniz brilhante pra disfarçar certa decadência. La Mole perto do Ed. Argentina no almoço e Mercado São José, Laranjeiras, com amigos à noite. Surpresas. Depois de 15 anos um reencontro regado à memórias. Dia seguinte de trabalho. Tensão. Chocolate na veia pelo amor dos deuses! Polvo com páprica no Shirley. Chopp no Leme. Puxando mala pela Siqueira Campos. Mais carinho da amiga Romy - tô ficando viciada! Brasília, 23h30. Cama.

Dia das mães, aeroporto, São Paulo. Fila gigante pro táxi. Sono. Compromissos remarcados pro dia seguinte. Ravioli no hotel. Leitura, textos, cama. Amanhã começa às 6h30. Combinações pro café da manhã. Acho que vou à pé. Tá friozinho. Abaixo o salto alto!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

JK

Aniversário de Brasília. Um convite para almoçar em uma churrascaria ao lado da barragem do Lago Paranoá, trouxe à tona memórias que me deixaram nostálgica e com a certeza de que faço sim parte disso tudo. A churrascaria, que leva o nome do lago artificial é um restaurante pequeno, simples, com animais criados nos fundos, feito de madeira e que foi construído para dar suporte aos operários que construíam a barragem de contesão que deu origem ao Lago Paranoá e dá frescor à seca Brasília.

Não sei ao certo quando ou como conheci o lugar. mas lembro que sempre tive uma vontade enorme de parar lá, naquele lugar com faixas indicando "vende-se ovos frescos e galinha caipira". Depois que fui  a primeira vez, levei muitos amigos de fora da cidade e do Brasil para curtir a vista e tomar uma cerveja. Cheguei até a comemorar meu aniversário por lá.

O carinho pelo cenário bucólico, e tão diferente da moderna Brasília, me levou a escolher o lugar como tema para um trabalho do curso da minha pós-graduação. Junto com um belo grupo, desenvolvevos um plano de revitalização do lugar. Tivemos um enorme prazer ao entrevistar o filho do dono do restaurante - que também fazia as vezes de garçom e paramentado como tal - regado com cerveja gelada, churrasco de bode e rã frita!!

Pedi a um amigo que fizesse uma logomarca e criamos um slogan - mais como uma graça para dar um pouco de leveza ao projeto e que, aparentemente, serviria apenas para a nota da disciplina. Despertamos a curiosidade de quem não conhecia o restaurante e combinamos entregar ao dono o projeto, o que foi feito.

Meses depois a surpresa. O dono gostou tanto da idéia que mandou fazer uma placa nova para o lugar. Ele usou a logo e o slogan, criado com a ajuda da mente de um dos meus colegas da UnB - recém-chegado da Bahia - com bom humor e como uma homenagem, baseado nos relatos que colhemos sobre o lugar, frequentado diversas vezes por Juscelino.

E assim ficou... Churrascaria Paranoá - A preferida de JK! Se era mesmo a preferida dele, não tenho idéia, mas desde então passou a ser de muitos outros.

sexta-feira, 16 de abril de 2010


Você esta muito bem! Ouvi essas palavras ontem à noite. Não entendi ao certo o que significaram. Não é assim que me sinto. É tanta coisa pra pensar, tanta coisa antiga que não consigo resolver e outras várias novas surgindo. Eu só penso em cuidar, em arrumar: a casa, o trabalho, a saúde, a vida. E o engraçado - pelo menos pra mim - é que muitas dessas coisas não sei ou não quero fazer sozinha. Alivia um pouco uma divisãozinha básica. Vou esperar mais um pouco, quem sabe...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Alice perde

Em menos de quinze dias: Passagens reservadas para a Copa da África, muito trabalho pela frente, propostas, passagem na mão, Rio de Janeiro, Farani, sanduíche de pernil no Cervantes, sábado de sol na Praça XV, coxa creme na Confeitaria Colombo, palavras doces, palavras duras, meu cabelo só fica bonito no Leblon, amigos queridos, brincadeiras com o Enzo, colo da Romy, sorriso do Giuli.

Volta à Brasília, laser e meia perna, médico, hérnia de hiato, gastrite leve, a calça que adoro tá apertada, pressão no trabalho, muito trabalho, reuniões, falta de foco, falta de compromisso de alguns, choro. Comprar remédio, marcar mais exames, buscar outros. Quem procura acha...

Sozinha em casa, nada pra comer, uísque e água pra beber, beirute norte, ingressos pro show do moby, retomada de maus hábitos, tentativa de voltar a correr, o mesmo ódio pela falta de calçadas, o alarme do carro pifou, o guardador de carro maluco me abraçou na rua, falta dos amigos, convite pra ir casa do Zeca, almoço no domingo com a Luiza, passar na casa da mãe pra ver se tá tudo bem e um pulinho na piscina.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Liqueur aux plantes d'absinthe 55

Bolsa de couro preta, jeans, camisetinha branca, salto. Cabelo naturalmente encaracolado e perfeitamente desarrumado. Anel estiloso, brinco pequenino, cheirinho levemente doce.

Nada  fácil parecer natural, mas é tão confortável! Netbook bordô com adesivo da Turquia. Não gosto  do cheiro de anis. Beatles ou AC/DC? Biografia, romance ou revista de moda que desafia... O novo implante de fios substitui o lifting?

segunda-feira, 15 de março de 2010

Dia 14, no avião...

17h30

Assim que me acomodo na poltrona pequenina do avião recebo um telefonema. Não reconheci o número, mas o código 94 me fez pensar que era do Amazonas. Uma voz feminina do outro lado iniciou a estranha conversa, logo após meu alô.
Quem tá falando?
Em tempos de violência até via telefone, respondi: Quer falar com quem, por favor?
Ela insistiu mais algumas vezes pra saber quem eu era, mas me mantive firme.
Quero falar com o Gilvan.
Quem?
É isso mesmo, o Gilvan. Seu telefone está gravado no celular do meu marido!
O que minha filha? E eu lá sei quem é teu marido?
Como quem? É o Gilvan oras!!!
Desligo.

17h45

Ainda no avião, antes da decolagem. A comissária de bordo anuncia com sua voz anasalada:
Por favor, Flavia Carrijo apresente-se acionando o botão de chamado dos comissários.
Com cara de criança que não tem idéia do que fez, aperto o botão. Um dos comissários sorridentes aparece com sua cestinha de balinhas e diz: Você é a Flavia Carrijo?
Sim, sou eu.
Sem mudar o sorriso responde como se fosse a coisa mais natural do mundo: Só queríamos saber se você estava à bordo.
Tô, obrigada.

Eu heim!?

terça-feira, 2 de março de 2010

Poliana Punk

Tudo é uma questão de referência. Perto de algumas pessoas sou otimista e uma criatura que busca o prazer em tudo, mas perto de outras sou considerada uma ranzinza mal humorada que sempre acha que as coisas não darão tão certo assim. Devido a isso, recebi mais um elogio diagnóstico: agora além de lasciva, sou a Poliana Punk.

Se você tiver uma dessas em casa ou fizer parte do seu círculo social, seguem dicas:

- Detesta frescuras, mas é romântica;
- Toma um susto quando recebe um elogio (que merece) por não saber o que fazer com ele;
- Gosta de ter os sentimentos sob controle: seus e dos outros;
- Tem certeza de que irá conseguir o que quer, mas com delay de 50 anos;
- Adora a frase da Mae West (not sure...) com um prazer infantil: Quando sou boa sou ótima, mas quando sou má sou melhor ainda;
- Detesta ser subestimada, reage com ódio, mas chega em casa chora;
- Adora brigadeiro e cerveja;
- A ironia é seu forte, mas cuidado ao tentar ser irônico com ela. Você pode não ter tanto talento assim baby;

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Marquês de Sade

Este ano o tema de quase todas as troças candangas será em homenagem ao governador Arruda mas, sinceramente, não acho graça nenhuma cantar uma marchinha de duplo sentido sacaneando o dito.

O carnaval da Capital Federal é no mínimo intrigante. A cidade fica às moscas, o jornal local força a amizade mostrando a "diversão" dos que ficaram em Brasília e, com valentia, brincam nos tradicionais blocos como o Galinho da Madrugada, Pacotão... O Galinho, como foi carinhosamente apelidado, foi criado por um pernambucano que provavelmente sem ter dinheiro pra comprar uma passagem pra passar o Carnaval na cidade natal, resolveu fazer sua festinha por aqui mesmo. O pior é que o tal bloco "pegou" e sai todo ano. E todo ano o fundador do Galinho fica aqui, em Brasília. Acho que ele nunca mais pôde ir no verdadeiro Galo... coitado. E todo ano lá está ele - vestido à caráter - na TV e  nos jornais, com suas demonstrações e dicas de como dançar frevo (...).

Passei alguns anos negando meu encanto pelo Carnaval, juntamente com os amigos góticos e que hoje parecem umas cabrochas nos blocos cariocas, mesmo que o ambiente e cenário inspirem o fracasso. Uma multidão sem noção, cerveja quente e cara e particularmente para mim o pior: não ter como ir ao banheiro depois de litros de cerveja para matar a sede. E a prefeitura do Rio já avisou! Quem for pego fazendo suas necessidades na rua será preso (não deixa de ser uma vingança feminina). Interessante ver essa cena in loco...
 
Muita bebida, pouca roupa, muito calor, poucos banheiros, músicas antigas tocadas com pouca ou nenhuma afinação. Mesmo assim, mais uma vez, com a mesma valentia dos foliões de Brasília, estarei junto a milhares de insanos nos blocos de rua do Rio de Janeiro. Antes lá do que cá tá?!

Wonderland

Fim de semana sóbrio e longo. Bastardos Inglórios (ou Sacanas Sem Lei, segundo nossos patrícios!) e O Leitor. A biografia da Clarice não saiu do lugar, mas a Flavia saiu, não volta tão cedo e ainda entra de férias em alguns dias. Os planejamentos do mês no trabalho não a incluem. Alívio e certa inquietação por não fazer parte dos planos de ninguém. O telefone toca pouco e o desejado não acontece. Mesmo com todos os esforços, insistências e sorrisos, tudo acontece em outro ritmo, não no seu.

Então planeja-se o possível. O Carnaval, os dias livres nas férias, o voo de asa delta com os amigos, as conversas com possíveis futuros chefes. O preço dos apartamentos no Flamengo, Glória, Botafogo, - quem dera poder ser na Urca - as cores das paredes. Viu?! Não adianta, começou a projetar uma vida que não se sabe possível.
O fim de semana acabou e a realidade conforta. Telefonemas, emails, intenções suspeitas, textos decepcionantes, resposta à pequenas crises, mas tudo palpável, real. A Alice saiu, mas volta logo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Beauty

Uma vez ouvi no salão de beleza uma moça contando que quando casou acordava de madrugada pra alisar o cabelo, fazer touca e o escambau, só para estar com os cabelos mega lisos e lindos antes do marido acordar. Depilação, escova progressiva, fazer as unhas, sobrancelha. Tudo isso dói e toma um tempo do cão na agenda feminina. Não sou a mulher mais vaidosa do mundo. Confesso ser até bem desleixada perto das amigas, mas também sucumbo à algumas práticas de tortura.

Resolvi pagar um pacote de 10 sessões de drenagem linfática. Segundo o Google a principal finalidade da drenagem linfática é "esvaziar os líquidos e resíduos metabólicos eestimular a circulação linfática através de massagem nas vias linfáticas e nos linfonodos". Explico: o objetivo real dessa massagem é tentar diminuir as malditas celulites e de quebra reduzir uns 2, 3 centímetros da barriga, coxas etc. Se funciona? Espero que sim. Por que paguei e isso dói, dói muito.

Cheguei na "clínica de estética" para a primeira sessão de tortura à noite depois do trabalho. Me mostraram as dependências do lugar -tudo muito branco e calmo- e explicaram alguns dos procedimentos estéticos que a casa dispõem. Depois me levaram para uma salinha à meia luz com música ambiente medonha. Quando ouvi a frase fique à vontade e a moça saiu, entendi que era pra tirar a roupa e deitar em uma cama-maca coberta por um lençol de papel descartável. Em cima dela um travesseiro e uma toalha limpa, embalada à vácuo, provando que tudo era limpo e tal. Deitei na cama, cobri o que dava com a toalha e esperei. Uma moça pequena e sorridente entrou, se apresentou e lá fomos nós.

Nunca imaginei que uma pessoa tão baixinha e com carinha de boazinha pudesse ter aquela força. A massagem vai dos pés à cabeça, mas nos pontos estratégicos - que vai das coxas até a barriga e cintura - a força é ainda mais concentrada e a dor... A músico de fundo, que por sinal estava mais alta do que eu gostaria, não ajudou em nada. "O vento levou", "Dancing Queen" e "Volare" foram só algumas das músicas que infernizaram minha alma por uma hora e pareciam ter saído de um disco do Richard Clayderman em versão para churrascaria!

No final ainda fui convenciada a comprar um creme para usar em casa, que esquenta, arde e pinica. E mesmo com tudo isso hoje á noite estarei lá. Não tão firme ainda, mas forte e armada com meu iPod.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

6h30 da manhã levanto. Corrida leve. Algumas flexões, abdominais, ferro. Voei pro trabalho pensando no caminho em algo criativo para continuar a responder às várias entrevistas que aguardavam suas respostas. Nada em mente. Chego e resolvo vários pepinos chatos que atrasam ainda mais as entrevistas. Às 11h30 da manhã uma amiga me liga: Estou indo pro Zuu pra conseguir uma mesa para almoçarmos, vamos? Sigo pra lá 12h. Penso em como é triste gostar de coisas boas e só poder ir a um restaurante bacana em dia de promoção, com bela chance de pegar fila, comer o mesmo prato feito em massa. Ao mesmo tempo em que repetia pra mim mesma: Larga de ser nojenta! Vai de coração aberto!

Entrada: ceviche de robalo marinado no limão siciliano com batata doce e milho verde (não percebi o que era batata doce ou milho verde ali - talvez a gota de algo que parecia um mousse amarelado.). A porção então, nem se fala... feita para faquir. Prato principal: paleta de cordeiro com arroz piamontês. Parecia uma carninha de panela safada, salgada e gordurosa. O arroz tava legal... De sobremesa mini brigadeiro quente, mini brownie com uma micro bola de sorvete. Café expresso acompanhado com mais umas coisinhas ou biscoitinhos, tudo micro, indecifrável.

Nessas horas me pergunto: pra que acordar às 6h30 da manhã e ir para academia? É só comer porções para swamis, yogi, gurus e afins ou ir a restaurantes em dia de promoção e deixar metade no prato! Ou as duas coisas!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Cresci em uma casa de praia, com o detalhe de que a mais próxima fica a mais de mil quilômetros, possivelmente na Bahia. Lá aprendi a acordar cedo por causa das janelas que nunca receberam cortinas ou persianas. Também aprendi a aproveitar o dia, o sol e o jardim. Quase sempre levava livros, cadernos, caneta, lápis e borracha para fora e ficava à sombra de um abacateiro estudando para prova da escola, com os cachorros descansando aos meus pés.

Cada detalhe da decoração parecia mudar diariamente. Sempre uma novidade. Um abajur, um tapete ou enfeite novo ou que mudavam de um lugar para o outro com graciosidade, graças à vocação mutante da minha mãe.

Distante de tudo, tive crises existenciais na adolescência pela dificuldade de sair de casa. O ônibus 136 ou 136.1 passava de hora em hora. O primeiro seguia pela W3 até a rodoviária, o outro pela L2. Tinha também o 136.2 que ia até o final da Asa Sul, mas era raridade, devia passar a cada dois anos. Dependia da carona dos pais ou dos amigos de 18 anos que já tinham carro e boa vontade de seguir até o final do Lago Norte para me buscar e, de preferência, me levar de volta.

Fui embora uma vez, morei em Minas Gerais, não gostei e voltei. Fiquei por mais alguns anos e saí de novo para uma casa nova, marido e alguns móveis da casa antiga que me dessem conforto. Mas ela sempre estava lá. Colorida com cheiro de maresia.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Filosofia de academia


Voltar para malhação sempre vem acompanhado de novos amiguinhos. Pessoas, que assim como eu, estão desesperados por perder quilinhos, barriga, tonificar enfim, desejos mega altruístas.

O sacrifício é grande, não só por ter que acordar às 6h30 da matina e explicar pro seu corpo ainda confuso de sono que sim vamos correr.

O ambiente também não ajuda muito por parecer com um antro sadomasoquista com ferros e aparelhos de formas diversas e ainda tem os diálogos. Pessoas que gostam de conversar nesse tipo de lugar e hora me assustam. Fora o nível de conhecimento intelectual e de noção nutricional e fisiológica sem igual.

Recomendo.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Por hora acabou os posts deprêzildos. Afinal, o ano começou, o sol raiou, o Carnaval tá aí e na sequência, férias! Ainda não tenho nada certinho, apenas planos mirabolantes como sempre, que já é alguma coisa.

Como sou uma pessoa mega workaholic, graças a alegria que tenho em trabalhar com turismo (sai deprê entra ironia, não tenho jeito) me voluntariei para trabalhar no Carnaval. Explico. Alguns jornalistas gringos virão ao Brasil para escrever sobre a pequena festa que embebeda o país por uma semana. Bailes de Carnaval, assistir os desfiles na Apoteose e outras coisinhas mais estão no roteiro e devo acompanhar o grupo. Se rolar devo aproveitar que estarei no Rio e ficar por lá para fazer um curso e contatos (tá, eu sei... mas as férias são minhas!!), ir à praia e ver os amigos, caso ainda dê tempo de reservar uma vaguinha na casa de algum deles neste período herege.

Os planos iniciais visavam a Europa. Visitar o Dan em Paris, a Paola, em Milão, o Juan, em Barcelona e os amigos Fred e Gabi em Praga, o Barry e a Rejane em Galway, na Irlanda. Mas, como em fevereiro esses belos lugares estarão um bloco de gelo, desiti. Pensei no tamanho da mala, na super bota que teria que comprar pra não congelar meus dedos, no casacão que também teria que adquirir - e ainda levar - e usá-lo por 15 dias, fora os que acabaria comprando por lá e nunca mais usaria por aqui.

Claro que tenho ainda os planos B, C e D caso a missão Carnaval falhe. Todos com clima quente. Jamaica, que seria legal pra voltar com um inglês com sotaque de Jah. Durban, na África do Sul, ou Quênia, caso me empolgue em fazer um safari diferente do que os gringos irão fazer por aqui.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Inexorável

Hoje voltei a correr de verdade. Amanhã meu corpo com certeza se lembrará sem tanta alegria esse esforço. Recomeçar dá trabalho, cansa e muitas vezes dói. Eu - e provavelmente todas as pessoas normais e reais - deixei de lado algumas de minhas obrigações ou necessidades nos últimos dois meses do ano. Pra que ir ao médico em novembro? Em janeiro terei mais tempo...

Se eu não começar a arrumar a casinha já no início do ano, não será no fim que vou fazê-lo. Parece uma frase de astrólogo aposentado da revista Nova, mas é verdade.

Outra coisa que não me sai da mente todo início de ano e que me apressa nos agendamentos de médicos e estéticos é a lembrança do próximo aniversário. Tá certo que muitos dos meus amigos me dizem que ainda sou "nova", uma santa ironia vindo dos que este ano comemoram seus 40 ou mais. Em maio completo 33 e sim, me sinto uma vovó quando estou perto da minha estagiária de 20 e poucos. Aí começa a nóia.

Beber menos, fazer ou não massagens estéticas e aqueles preenchimentos bizarros que a dermatologista sugeriu no ano anterior? Dentista, ginecologista especializado em reprodução humana (não pra engravidar, mas pra manter tudo em cima pra caso-um-dia-rolar-de-querer-vá-saber). Corri hoje como se não tivesse mais tempo ou para compensá-lo?

Costumo tentar retardar o fim de algumas coisas. Um livro que adoro e que leio em doses homeopáticas para que ele demore a chegar ao fim, alongar uma conversa sem assunto com os amigos, tomar um banho de mar como se não houvesse o sol do meio-dia na minha cabeça. Beber mais uma cerveja, mesmo que o relógio aponte 5 da manhã de uma terça-feira. Enfim, a finalidade é sempre a mesma: parar o tempo.