segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Marquês de Sade

Este ano o tema de quase todas as troças candangas será em homenagem ao governador Arruda mas, sinceramente, não acho graça nenhuma cantar uma marchinha de duplo sentido sacaneando o dito.

O carnaval da Capital Federal é no mínimo intrigante. A cidade fica às moscas, o jornal local força a amizade mostrando a "diversão" dos que ficaram em Brasília e, com valentia, brincam nos tradicionais blocos como o Galinho da Madrugada, Pacotão... O Galinho, como foi carinhosamente apelidado, foi criado por um pernambucano que provavelmente sem ter dinheiro pra comprar uma passagem pra passar o Carnaval na cidade natal, resolveu fazer sua festinha por aqui mesmo. O pior é que o tal bloco "pegou" e sai todo ano. E todo ano o fundador do Galinho fica aqui, em Brasília. Acho que ele nunca mais pôde ir no verdadeiro Galo... coitado. E todo ano lá está ele - vestido à caráter - na TV e  nos jornais, com suas demonstrações e dicas de como dançar frevo (...).

Passei alguns anos negando meu encanto pelo Carnaval, juntamente com os amigos góticos e que hoje parecem umas cabrochas nos blocos cariocas, mesmo que o ambiente e cenário inspirem o fracasso. Uma multidão sem noção, cerveja quente e cara e particularmente para mim o pior: não ter como ir ao banheiro depois de litros de cerveja para matar a sede. E a prefeitura do Rio já avisou! Quem for pego fazendo suas necessidades na rua será preso (não deixa de ser uma vingança feminina). Interessante ver essa cena in loco...
 
Muita bebida, pouca roupa, muito calor, poucos banheiros, músicas antigas tocadas com pouca ou nenhuma afinação. Mesmo assim, mais uma vez, com a mesma valentia dos foliões de Brasília, estarei junto a milhares de insanos nos blocos de rua do Rio de Janeiro. Antes lá do que cá tá?!

Wonderland

Fim de semana sóbrio e longo. Bastardos Inglórios (ou Sacanas Sem Lei, segundo nossos patrícios!) e O Leitor. A biografia da Clarice não saiu do lugar, mas a Flavia saiu, não volta tão cedo e ainda entra de férias em alguns dias. Os planejamentos do mês no trabalho não a incluem. Alívio e certa inquietação por não fazer parte dos planos de ninguém. O telefone toca pouco e o desejado não acontece. Mesmo com todos os esforços, insistências e sorrisos, tudo acontece em outro ritmo, não no seu.

Então planeja-se o possível. O Carnaval, os dias livres nas férias, o voo de asa delta com os amigos, as conversas com possíveis futuros chefes. O preço dos apartamentos no Flamengo, Glória, Botafogo, - quem dera poder ser na Urca - as cores das paredes. Viu?! Não adianta, começou a projetar uma vida que não se sabe possível.
O fim de semana acabou e a realidade conforta. Telefonemas, emails, intenções suspeitas, textos decepcionantes, resposta à pequenas crises, mas tudo palpável, real. A Alice saiu, mas volta logo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010